Índice de Massa Corpórea e Circunferência Abdominal na avaliação cardiovascular

Índice de Massa Corpórea (IMC) e Circunferência Abdominal no diagnóstico e seguimento da Doença Cardiovascular

Dr Daniel Magnoni

A obesidade tem sido por muitos anos definida pelo IMC (Índice de Massa Corpórea). Nos últimos anos, cresceram as evidencias de que a obesidade visceral expressa uma enorme quantidade de substancia relacionadas à virtude inflamatória, à dislipidemia, à resistência à insulina e maior risco trombótico.

O tecido adiposo subcutâneo não possui essas características. Dessa forma, esperar-se que a determinação da circunferência abdominal estiveja associada ao maior risco de diabetes, hipertensão arterial e doença cardiovascular.

No estudo INTERHEART, um estudo caso-controle de pacientes com infarto do miocárdio envolvendo 52 países em todos os continentes, Yusuf et AL, mostraram que o aumento da circunferência abdominal esteve associado a maior risco de infarto do miocárdio, mesmo para IMC normais.

O Local mais adequado para avaliar a circunferência abdominal, não é a cicatriz umbilical. Deve-se colocar uma fita inelástica no ponto médio entre a crista itálica e o ultimo arco costal. A medida deve ser efetuada com o paciente em pé, após expiração, deve ser repetida no mínimo duas vezes, visando maior eficácia na medida.

Como a circunferência abdominal é facilmente obtida, com muito menor custo em relação à balança da gordura antropométrica, e por guardar forte correlação com a medida da gordura abdominal determinada pela tomografia computadorizada, esse novo fator de risco emerge como de alta valia na prática clínica e constitui hoje um dos principais critérios da síndrome metabólica (obrigatório pela International Diabetes Federation).

 

Referências complementares ao  texto

Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, ET AL. Effect of potentially modifiable risk factors associated with myocardial infarction in 52 countries (the INTERHEART study): casecontrol study. Lancet. 2004;364;937-52

Sposito AC, Caramelli B, Fonseca FA, et al. IV Brazilian Guideline for Dyslipidemia and Atherosclerosis Prevention: Department of Atherosclerosis of Brazilian Society of Cardiology. Arq Bras Cardiol. 2007;88:2-19

Hayman LL, Meininger JC, Daniels SR, et al. Primary prevention of cardiocascular disease in nursing practice: focus on children and youth: a scientific statement from the American Heart Association Committee on Atherosclerosis, Hypertension, and Obesity in Youth of the Council on Cardiovascular Disease in the Young, Council on Cardiovascular Nursing, Council on Epidemiology and Prevention, and Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism. Circulation. 2007;116:344-57

Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Dislipidemias, 2007

www.nutricaoclinica.com.br; acessado em 08/01/2010