Antioxidantes Nutricionais - Introdução
Isabela Cardoso Pimentel
Nutricionista Clínica
Especialista em Distúrbios Metabólicos e Risco Cardiovascular pelo Centro de Extensão Universitária/ SBC
Título de Especialista em Nutrição em Cardiologia pela SOCESP
Daniel Magnoni
Médico cardiologista e Nutrologo
Mestre pela UNIFESP - EPM
Chefe da Seção de Nutrição Clínica do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de
Responsável pelo Serviço de Terapia Nutricional do Hospital do Coração
Diretor do Instituto de Metabolismo e Nutrição - IMeN
Antioxidantes: (“free radical scavenger”) são substâncias capazes de retardar ou inibir a oxidação de um substrato.
Antioxidantes nutricionais: correspondem ao conjunto de elementos advindos da dieta que apresentam ação antioxidante. Em geral são encontrados em frutas, vegetais e também em alimentos enriquecidos durante o processamento industrial.
Numerosos estudos avaliaram a ação antioxidante de vitaminas, de alguns minerais e outros compostos a fim de confirmar e esclarecer os mecanismos de ação contra doenças, porém ainda atualmente surgem muitas duvidas à respeito do verdadeiro papel desses nutrientes na prevenção e tratamento de doenças crônicas.
Evidências indicam que a presença aumentada de elementos oxidantes contribui no desenvolvimento de diversas doenças. O Estresse Oxidativo , definido como desequilíbrio entre fatores oxidantes e antioxidantes, está envolvido na gênese de doenças cardiovasculares, mutagênese e câncer, vários distúrbios neurodegenerativos e também com o próprio processo de envelhecimento 1 . Produtos da peroxidação lipídica, por exemplo, e a forma oxidada das lipoproteínas de baixa densidade, potencializam a formação de lesões ateroscleróticas, estimulando eventos cardiovasculares. Bases modificadas de DNA são formadas sob condições de estresse oxidativo e são altamente mutagênicas, sugerindo maior risco de desenvolvimento de tecido neoplásico 1 . Por fim, os efeitos do estresse oxidativo podem acelerar a morte celular (apoptose) 2 .
Vários estudos experimentais e epidemiológicos realizados na década de 90 3-6 indicaram o papel protetor do uso de antioxidantes na prevenção e retardo da progressão da aterosclerose e câncer, porém, estudos randomizados em larga escala, que apresentam alto poder estatístico e respostas sólidas, indicam que a utilização medicamentosa de antioxidantes nutricionais (especialmente vitaminas antioxidantes) não apresenta efeito satisfatório 7 , podendo adversamente representar risco de toxicidade ou de desenvolvimento de outras anormalidades. De modo objetivo e atual, vamos contextualizar a ação terapêutica das principais vitaminas com ação antioxidante – vitamina A, C e E, bem como de alguns compostos fenólicos presentes nas uvas vermelhas e no vinho tinto, chá verde e azeite de oliva.