EPIDEMIA DE OBESIDADE NO BRASIL " Epidemia" de obesidade em crianças e adolescentes no Brasil? Em quase 30 anos de prática pediátrica, constato que, sem dúvida, a criança obesa passou a ser motivo freqüente de consulta ao pediatra e, muitas vezes, ao endocrinologista. A criança obesa é motivo de preocupação dos familiares e no caso dos adolescentes, ocasiona apreensão pela imagem corporal negativa que o indivíduo têm de si: os paradigmas da beleza não admitem sobrepeso e muito menos obesidade. Diversos estudos apontam para o risco de doenças ligadas à obesidade infantil que podem manifestar-se na fase adulta tais como coronariopatias, hipertensão arterial, diabetes tipo 2, entre outras. No entanto, em menos de 3% dos casos a obesidade infantil está ligada a alguma doença endócrina. A grande maioria destas crianças provém de lares onde freqüentemente, um dos pais é obeso, sendo flagrante a falta de orientação e de crítica na alimentação da família e da criança. O fast food da esquina, ou mesmo, a cantina da escola é quem dita o cardápio diário do almoço e jantar de muitas de nossas crianças. Piora este quadro a falta de atividade física delas, freqüentemente confinadas em casa com televisão, computadores e vídeo games. O tratamento da obesidade infantil não é tarefa fácil; os maus hábitos alimentares, adquiridos pela criança dos adultos com quem convive, é ponto central na abordagem terapêutica. Por este motivo, estou convencido, e a prática demonstra que, a atuação conjunta do médico e nutricionista é fundamental nestes casos. O artigo da nutricionista Andrea Gislene do Nascimento que atua na equipe multidisciplinar de atendimento nutricional do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo esclarece de forma prática e objetiva aspectos ligados à obesidade infantil e enfatiza a necessidade de interação dos profissionais responsáveis pela saúde da criança e do adolescente. |